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                   Foto:  Museu do Jardim Botânico de Curitiba.   
                    
                  VIAGENS DE ANTONIO MIRANDA PELO BRASIL 
                          CURITIBA - PARANÁ 
                   12-12-1985 
                    
                  Conheci  Curitiba até onde um jovem andarilho tem possibilidade. Desci de trem até  Paranaguá, maravilhado com a paisagem e o abismo. 
                  Uma  das atrações que eu visitei e volto a visitar é o belíssimo Jardim Botânico. 
                  “Curitiba  é a capital do estado do Paraná, na região sul do Brasil. A Torre Panorâmica,  que tem um observatório em sua parte superior, destaca-se na silhueta da  cidade. Conhecida como centro cultural, Curitiba abriga vários espaços para  apresentações, como a Ópera de Arame, uma estrutura de aço tubular com telhado  transparente, e o enorme Centro Cultural.” [Google). Sem esquecer as  movimentadas áreas centrais!   
                   
                  Lá  em Curitiba conheci Teodoro Penner — o Alfred, garoto de olhos azuis, de 17  anos, versado em religião.  
                    Foi na Biblioteca Pública Estadual. Ficamos logo íntimos e com ele conheci boa  parte da cidade. No ano seguinte ele veio servir o Exército no Rio de Janeiro,  justo na P. E. , no bairro da Tijuca onde eu morava, e a nossa amizade  enraizou-se. Depois ele foi para Suez, no Egito, na força de paz da ONU, andou  pela Europa, sumiu. Cheguei a vê-lo apenas de passagem pelo Rio. Anos depois  soube que estava em Montevideu, em um seminário evangélico. Procurei-o em  Montevideu (foi em 1963?) e ele estava de férias no Brasil. Um dia recebi uma  carta dele, era pastor protestante, estava casado com uma religiosa e se  dedicavam à catequese evangélica e às ações sociais.  Depois não tive mais notícias dele. Sumiu.  Virou mito e lembrança.  
   
                    Só me lembro de sua figura, de seus olhos azuis, seu terno marrom e seu sorriso  alvo. Quando voltou do Egito já era um gordo com inclinação para a calvície  precoce. Seus cabelos dourados, de mechas suaves e de várias tonalidades,  começavam a ceder lugar a uma testa lisa e brilhante.  
   
                    O filho da sra. Schier também veio prestar o serviço militar  e frequentou a nossa casa carioca. Chegou  saudável, com seus olhos acinzentados e de cor morena e voltou roliço e  troncudo, graças aos exercícios e à ração cavalar do quartel. Tinha também uma  prima, também de origem teuto-brasileira, que era deslumbrante por sua beleza e  simpatia. 
   
                    Guardei durante anos uma mochila de lona e couro que o velho Schier, o  patriarca, fez para mim em sua loja de objetos de cavalaria e fazenda, para a  minha viagem de regresso, num avião da FAB, que conseguiram através de amigos. 
                    Curitiba e Porto Alegre ainda eram cidades abertas. Hoje são metrópoles  agitadas e os Schier e os Bertolucci não hospedam mais mochileiros.  
                
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